Tuesday, January 20, 2009

Procura-se alguém para desembaraçar um turbilhão de sentimentos emaranhados


By Luiz Alexandre. Paraty, janeiro de 2009.


E se eu me perder,
será que você me acha?
E se você me achar,
você me devolve?

Se eu me estilhaçar,
você me cola?
Se eu explodir,
você me joga no infinito?

E se eu pirar
será que aí você vem
ou você vai?

Vem, vai
Porque cansei de cansar
de tanto pensar
e desejar
que você chegasse
com um querer
que assustasse a minha emoção

Mas me mostra isso bem devagar
que é para eu me acostumar
a me perder
quando eu te achar

Que é para você conseguir
me desvendar
quando você
me encontrar



Saturday, January 10, 2009

Primeira sexta-feira do ano



“Oxalá, Sr. do Bonfim, vós que sois o rei dos rei e que trazeis convosco o Alá branco, símbolo da paz, emana vosso amor e carinho a todos nos. Com vossos olhos compassivos de paz e amor, olhai as nossas dificuldades e afastai do nosso caminho as misérias, as doenças, as desavenças e todo o mal, venha de onde vier. Que vossa luz nos ilumine e que em todo o universo, em toda natureza, em cada lar, no coração de cada ser vivente, na alma do mundo, a paz possa sempre imperar. AXÉ OXALÁ, EXEU EPA BABÁ!”

Dentro do paradoxo


© João Bortone - Noronha, 2009


Se vale a pena viver? Sempre.

Mas às vezes, a gente tem vontade de morrer
nem que seja
apenas por um segundo.

Vale a pena imaginar o eterno? Ah, vale.
Nem que seja
para tentar prolongar um momento intenso
que não se repete mais.

Vale a pena enlouquecer? De vez em quando.
Ou de vez em muito.
Nem que seja
para lembrar que a linearidade
é uma invenção insana.

Vale a pena escrever? Sim.
Mas também vale a pena desenhar
cantar
chorar
ou não fazer nada.

Mas a gente também sabe
que às vezes não vale a pena
porque senão a gente não saberia
o que vale a pena ou não.