Wednesday, March 31, 2010

Iansã




Iansã é uma Deusa ligada à manifestação do feminino na fase crescente, trazendo em si a qualidade do movimento. Une passado com o futuro, o lado sombrio da Lua com o lado iluminado, que anuncia um novo começo. Iansã está ligada com o número 9, que é o movimento puro. 


É uma mulher que está ligada ao passado, ao coletivo, pela origem comum da necessidade fertilizadora do feminino e está ligada ao futuro pela necessidade de diferenciação, que a tirará do coletivo e a jogará sempre para frente, para o novo. É inconformada e inquieta, está voltada para o impulso de empreender coisas, de realizar seu poder criativo


A mulher que sente impulso para criar, para dar significado ao seu mundo, precisa ser fiel aos seus conteúdos internos, à Deusa dentro de si. O ato criativo é o processo de se arriscar, de se jogar no desconhecido, de mergulho nas fontes fertilizadoras, da viagem interna em busca da essência das coisas. O desejo de criar move o contato com o informe pela necessidade de dar forma, de arrancar da terra coisas vitais para alimentar a consciência.



Tuesday, March 30, 2010

Ancestralidade

Ele me falou: você é selvagem. E aquilo soou como um lugar bastante familiar. Um espaço do qual me afastei, mas que continua lá, à minha espera. Um reconhecimento. 

E, logo em seguida, recordei a sua voz que um dia me disse: "eu te vejo tão diferente". E lembrei do filme que você recomendou: Instinto, com Anthony Hopkins.


Saturday, March 27, 2010

Alguém descreveu o que eu estou sentindo V

"Quero ver você chegar, iluminar a noite
Eu paro só pra ver você deixar de lado toda minha pressa
Quero ver você dançar, o que mais interessa?
quero ver você no baile Salve Simpatia, quero ver você na festa
Há algum pensamento bom, qualquer lugar, lugar nenhum
Um desencontro na cidade é coisa mais do que comum."



Fernanda Abreu
Dance, dance, dance

Sunday, March 21, 2010

Friday, March 19, 2010

Hoje é sexta-feira!






"Vem das águas de Oxalá
Essa mágoa que me dá
Ela parecia o dia
Ao romper da escuridão
Linda no seu manto
Todo branco
Em meio a procissão
E eu, que ela nem via
Ao Deus pedia
Amor e proteção" 



Thursday, March 18, 2010

Uma carta de amor ridícula



queria escrever uma carta de amor
a alguém que me procura
e eu procuro também


mas como ando sem inspiração
peço para essa pessoa
que aceite um bilhete
ou uma brisa ao pé do ouvido


mas se a brisa não passar
por favor
aceite o que resta
ou mesmo o que nem resta mais


um vazio que resiste em mim
e é maior que uma carta de amor
que eu juro que queria escrever
para alguém que me procura



Cuidado, frágil!



How many roads must a woman walk down,
before you can call her a woman?


Wednesday, March 17, 2010

Mindlin: o empresário iluminista, o doador de livros

(Roberto, especial o texto, especial você. Obrigada por me enviá-lo)


Fiquei tocada por esse texto sobre o Mindlin. E viajei. Viajei no texto e na pergunta: "Que livro salvaria se a enchente entrasse na casa?"

O essencial. Por que nos afastamos do que nos é essencial? Por que nos afastamos da doçura, do afável, do "ler para o outro", do consolar, da paixão, da doação. Por que nos permitimos embrutecer?

Por quê? Pra quê? Pra quem?

Sim, eu viajo. Viajo na esperança de chegar no perdido: a essência(l). Porque pessoas iluminadas como o MIndlin, mesmo que estejam em reuniões na Fiesp, não se afastam do mais importante: o essencial.

Como disse Goethe ao falecer: mais luz!


Tuesday, March 16, 2010

Texto do meu amigo Atus - Preservação da memória histórica



Pat, pensamentos de sábado de manhã...


Em tempos de discussões acaloradas sobre o fim do livro, kindle e leitores digitais, talvez estejamos diante do maior desafio e mudança de hábito desde os tempos de Gutemberg.
O ponto que sempre me preocupou é a preservação da memória histórica, que como um músculo, se não for exercitada, ela pode se atrofiar. Hoje a nova geração de jovens não precisa de memória, basta acessar qualquer site de informações, ainda que não saiba a importância e relevância das informações de cada site (que pode ser inútil ou não completa).
Como diz Umberto Eco, a cultura alfabética cedeu espaço pras fontes visuais, para os computadores que exigem leitura em alta velocidade.

Esses dias eu estava folheando alguns livros velhos que eu tenho na casa da minha mãe e encontrei o clássico "Sonhos de Robô", do espetacular Isaac Asimov.
Essa é uma maravilhosa história de ficção científica escrita nos anos 50. Trata-se de uma civilização do futuro em que as máquinas fazem tudo, todas as atividades, inclusive as mais simples contas de multiplicar.
De repente, o mundo entra em guerra e acontece um tremendo e completo blecaute e nenhuma máquina funciona mais. Instala-se o caos em todas as partes do mundo e o mundo para. Não há o que fazer. Os humanos não sabem mais como fazer o básico. Nem as contas básicas de soma e multiplicação!
Até que se descobre um velho homem do interior do Tennessee que ainda sabe fazer contas de cabeça. Mas, em vez de ser a salvação do mundo, ele se torna uma arma poderosíssima e passa a ser disputado por todos os governos, até ser capturado pelo Pentágono.
Não é maravilhoso? Isso pra mim, é uma parábola da importância de mantermos a preservação da memória histórica, de livros em papel, de leitura dos clássicos, como forma de vantagem competitiva em nossa equipe insitum. Porque num futuro próximo, talvez os jovens não tenham mais essa habilidade tão forte.
Se você tiver curiosidade e tempo, eu recomendaria ler o conto do Asimov, lembre-se que ele escreveu na década de 50!
Apenas para critério mais explicativo, o texto relaciona muito o modo como homem e máquina utilizam para pensar. É bom lembrar que isso é apenas fictício e que operações descritas como multiplicação e divisão são processadas de maneiras muito diferentes.

Palavras de Darcy Ribeiro

“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"

Darcy Ribeiro

Monday, March 15, 2010

O mesmo filme

Tô cansada de caminhar
e voltar para o mesmo lugar
ver a mesma historinha passar
assistir um filme
que eu já sei como vai terminar

gostaria que desta vez fosse diferente
cada um dizendo
o que realmente sente

com coragem de
se entregar ao sentimento
ao invés de atravancar
no corrompido
e falsificado pensamento

sem ficar atada ao inconsciente
que sempre nos leva
aos mesmos condicionamentos
às mesmas faltas
e lamentos

sem jogo de dominação
que charmosamente nomeamos de sedução
mas que apenas representa
uma repetição e impede o fluxo até o coração

quero espaço para
respirar
deixar a alma susurrar
para finalmente
escapar desta superfície
circular.

Sunday, March 14, 2010

Reverência

Lud, minha querida amiga, obrigada por tanta inspiração durante o workshop de Suzuki e Viewpoints. Na concepção mais profunda da palavra: você é uma mestra. Quero deixar aqui registrada a minha reverência, com esta frase do Quintana.
E viva o nosso Self criativo!


Istambul, set 09.


"Buscas a perfeição? Não sejas vulgar. A autenticidade é muito mais difícil"

Mário Quintana

Friday, March 12, 2010

Frágil

pensei em te dizer algo
mas a palavra não sai
vou passar um estilete na garganta
para ver se aí
o sangue escorre

Só podemos fazer 50%

O incontrolável pertence
aos orixás e santos
que ordenam
o caos da vida

A nós
cabe apenas
o vir-a-ser humano
na revelia do caos

Porque sob o nosso domínio
temos apenas a nossa parte
E o resto está subjugado
ao que não dominamos