By Eduardo Sampaio, Boipeba, 2010

E assim caminha a humanidade,

a nossa humanidade.

O medo da mudança é o medo do limbo.

No palco

o mais difícil nao é a fala
mas sim o momento do silêncio
em frente ao público, sem palavras
quando o vazio se instaura
e a verdade se estabelece

Escolhas

Eu demoro
eu teimo
eu não desisto

Eu não solto
eu carrego
eu adiciono
sem subtrair

Eu quero mais
sem abrir mão
eu quero tudo

Até quando?

sem fim

Boipeba, jan de 2010

às vezes acaba
mas não tem fim
porque um fio invisível
continua preso
entre o coração
e a garganta

Tanto mar

Boipeba, jan de 2010


Tenho tanto pra falar
mas as palavras estão me atrapalhando
Acho que um raio diria mais
ou um mergulho no mar seria melhor
banhado por uma explosão de estrelas
em pleno dia

SENTI(N)DO

O Pequeno Príncipe na Oca, SP dez 09

Para os meus queridos João e Doc, fontes alquímicas de inspiração.

Na vida eu só não quero perder
o sentido do sentido
que a vida tem pra mim

E se para isso
eu tiver que mudar
ninguém vai me parar

Eu desautorizo limites
que não me dizem nada
e me recuso a aceitar
uma fórmula pré-inventada

Apenas me captura
o que tem significado
para a minha alma
Todo o resto é ruído
que precisa ser diluído

Como diz Guimarães
o que a vida "quer da gente é coragem"
é por pura covardia
que paralisamos nesta viagem

No fundo, a transformação
nada mais é que revelação
É quando finalmente
chegamos no coração

Naquele espaço
sem nome
sem definição
sem mente
Ali onde resta apenas
o que a gente sente,
sentindo sentido.