Friday, April 30, 2010

Pequeno Príncipe na Oca.


Pressinto que o nosso resgate está na entrega ao que ainda não foi nomeado ou explicado. Ao que ainda não foi formulado. Sentir o sentir que precede o pensar é a nossa única salvação. A razão mata o sentir anterior e inviabiliza o sentir seguinte. Aniquila o divino original. Entendimento é para principiantes. Todos os dias peço a Deus que o inominável me atinja.

Wednesday, April 28, 2010

Fragmentos antes da morte

Capão, set 2009. 

A única coisa que me impede sou eu. Que me limita. Que me prende. Por que é que eu fico culpando os outros? Ah, como eu sou idiota. Mas Raul já disse isso. Ridícula, idota e que só usa 10% da minha cabeça animal. Que lástima! Eu sou um original que não consegue se expressar além da cópia. Além de colagens de frases de outros. De idéias de outros. Será que um dia serei arrebatada por um daimon que exprima a minha essência de forma singular? Os poetas conseguem isso. Os pintores. Os músicos. E quem não é artista, manifesta como o seu assombro pelo mundo? Vivo em busca desta resposta, que nunca chega. Alguém se habilita? Apenas um alerta: respostas enlatadas não me convencem. Eu ando ingênua ao sentimento. Ou a qualquer afeto sincero que pulsa. Pulsa.

Sunday, April 25, 2010

Sem espelho


De que adiantar falar de amor? Eu quero ser amor.
De que adianta falar de flor? Eu quero ser entrega.
De que adianta falar do discurso? Eu quero ser percurso.
De que adianta falar de mudança? Eu quero ser coragem.
De que adianta falar do sentimento? Eu quero ser atingida.
De que adianta falar da verdade? Eu quero ser consciência.
De que adianta falar de liberdade? Eu quero ser.

Eu queria ter escrito este texto...


Forjando a Armadura

"Nego a submeter-me ao medo
Que me tira a alegria de minha liberdade
Que não me deixa arriscar nada,
Que me torna pequeno e mesquinho,
Que me amarra,
Que não me deixa ser direto e franco,
Que me persegue,
Que ocupa negativamente a minha imaginação,
Que sempre pinta visões sombrias.
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
Quero viver, não quero encarcerar-me.
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro,
não para encobrir meu medo.
E quando me calo, quero fazê-lo por amor,
não por temer as conseqüências de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros
pelo medo de que possam impor algo a mim;
Por medo de errar, não quero tornar-me inativo.
Não quero fugir de volta para o velho, para o inaceitável,
por medo de não me sentir seguro novamente.
Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de ser,
caso contrário, ignorado.
Por convicção e amor quero fazer o que faço
e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao Amor.
E quero crer no reino que existe em mim.”

Rudolf Steiner

Saturday, April 24, 2010

Ele, o Tempo

digo não 
e ele irredutível
me ignora

digo sim
e ele faceiro
me dribla

impetuoso
ele me come
me digere
me alimenta

movediço
ele me cansa
me persegue
me arrasta

corro
tentando acompanhar
seu ritmo
e ele pede: rasteje

engatinho
espreitando um acerto
e ele me ordena
dance!

ele que tudo sabe
do que ocorreu
ocorre e
ocorrerá

segue. volátil
com perguntas,
respostas
e provocações
solventes. inflamadas

e na sua cadência
mantém sua rotação
contam que profetizada
nos registros
akáshicos

Friday, April 23, 2010

The best things in life are free


Você sabe o que é Sevirologia?

SEVIROLOGIA: “se virar para vir-a-ser”

É um movimento criado a partir do processo de trabalho de formação de jovens na ONG Eletrocooperativa. Vem da expressão “se virar”: quando a gente se vira, fortalecemos nosso ser e nos encontramos com a nossa própria sabedoria. Isso traz uma nova forma de olhar para a vida, nos traz uma mudança de perspectiva, fortalece nossa auto-estima porque percebemos que somos capazes de fazer o melhor com aquilo que temos. O sevirólogo aprende sozinho e com os outros para construir seus caminhos sempre por meio da ação em busca da transformação. É um ser integral com quatro dimensões: a política, a ambiental, a cultural e a econômica.

O processo de formação é realizado na Eletrocooperativa em Salvador. Semanalmente os jovens assistem a uma palestra sobre determinados valores fundamentais. A partir de uma intensa reflexão, criam vídeos, músicas e programas de rádio que reúnem as idéias que foram discutidas. 

Para se aprofundar na Sevirologia

Exemplo vivo de "se vira!": o músico baiano Gerônimo fala sobre o Projeto "O Pagador de Promessas" e como surgiu "Eu sou negão.  Meu coração é a Liberdade"


Thursday, April 22, 2010

Nigerian author, Chris Abani, on our shared humanity



Chris Abani tells stories of people: People standing up to soldiers. People being compassionate. People being human and reclaiming their humanity. It's "ubuntu," he says: the only way for me to be human is for you to reflect my humanity back at me
Legendas em português disponíveis no vídeo.
More on Chris Abani and his website.

Monday, April 19, 2010

Salve griot Sotigui Kouyaté!




"Aconteceram muitos mistérios na minha vida. O Peter Brook fala em um documentário que tenho a capacidade de viver em dois mundos diferentes: no mundo visível e no invisível. É difícil fazer compreenderem isso. Tudo é cultural. Milagres existem, mas só acontecem para os que acreditam. E são relativos também, porque é preciso saber enxergá-los e compreendê-los".  

Este homem me inspira

Sou apaixonada por eles!



Wagner Moura no Provocações, do Abujamra.

Colei na banca!

Adoooorei! Eu sou o samba.

Sunday, April 18, 2010

Das coisas inacabadas

às vezes fico pensando
porque não vivo as coisas até o fim.
mas alguém sabe
onde é que fica o fim das coisas?

suspeito que o peso
do inacabado
esteja envergando
a minha visão
e impedindo
a minha entrada
em outra dimensão

bem, dizem que só acaba
quando exaure
e de que nada adianta
querer decretar o final

mas, e se eu largar pra trás
assim, sem mais nem menos?
e se eu cortar
assim, de vez?

passar uma lâmina
na jugular e
deixar o sangue rolar
até o "que poderia ser" 
finalmente estancar?

vou deixar para depois

essa ponderação
em mais uma gestalt aberta
sem definição.

sertão-mundo



"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação, porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada. O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. Viver é muito perigoso; e não é não. Nem sei explicar estas coisas. Um sentir é o do sentente, mas outro é do sentidor." (Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas)

As histórias se repetem...

“As histórias que estão acontecendo e as que vão acontecer são as mesmas já acontecidas um dia. Assim acreditam os africanos iorubás. Para eles tudo na vida se repete, nada é novidade. Quando se conhece as histórias do passado é bem fácil adivinhar o presente e o futuro. Para isso basta saber qual, entre tantas histórias do passado é aquela que estamos revivendo." Reginaldo Prandi, em Oxumarê, O Arco Íris.


Hoje tive a felicidade de assistir "Áfricas" e viajar em várias histórias. Relatos remotos e, ao mesmo tempo, bem presentes; distantes, mas muito próximos. Através de danças, cores e músicas, o Bando de Teatro Olodum  me transportou para a atmosfera mágica e lúdica dos contos da cultura africana, encenando narrativas que ultrapassam séculos e continentes. Lendas como esta, de Obaluaiê e Iansã:


"Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não queria entrar na festa com vergonha de suas feridas causadas pelas doenças. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.

Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou no xirê, que estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas equedes, mas ninguém se aproximava dele. Todos tinham nojo, menos Iansã.

Altiva e corajosa, acompanhando tudo com o rabo do olho, ela esperou até que Obaluaiê estivesse bem no centro do barracão. Chegou então perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Neste momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê transformara-se num jovem belo e encantador.

Em recompensa pelo gesto de Iansã, Obaluaiê dá a ela o poder de também reinar sobre o mundo dos espíritos, partilhando a possibilidade única de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

Viva o poder da cura, da continuidade e da existência!"

Friday, April 16, 2010

Por favor, deixem-me no fundo do mar!



                          Banksy


(Para o meu querido Alê Bessa, que anda me inspirando com as suas inquietações sobre a suposta Era Digital)

Eu não sei por qual motivo, mas ando achando tudo um "dejà-vu". Deve ser a minha arrogância. Ou a idade. Ou quem sabe o capitalismo, que engole tudo numa velocidade avassaladora e deixa qualquer tipo de informação ou "novidade" com cara de colagem e reprodução. 

Ultimamente algumas palavras estão me dando urticária. Quando um texto que leio discorre sobre uma abordagem "autêntica, criativa, única", sinto um calafrio percorrer o meu cérebro. O termo "innovative thinking" nem se fala. Socorro! 

Diante de tantos discursos repetidos, no qual eu incluo o meu, será que ainda temos alguma salvação? Será que na voracidade de um mercado que deglute e vomita, ainda temos alguma chance, mesmo que remota, de "criar" ao invés de "imitar"? 

Será que numa sociedade "twitter", na qual todos querem apenas falar e poucos querem ouvir (eu também, pois sou parte deste contexto), ainda resta a esperança de uma escuta que leve ao encontro do original? Diante de tanto ruído, será que conseguiremos escapar por uma brecha que nos possibilite entrar no silêncio e na criação primitiva e espontânea? 

Será?

Wednesday, April 14, 2010

Precisa-se de alguém com poderes mágicos

Pablo Picasso. "Minotauro acariciando a una mujer dormida", 1933



As cortinas do palco se incendiaram e as implacáveis labaredas se espalharam até as cortinas atrás das cortinas, deixando o tablado indefeso e nu. Foi quando, de rompante, vi que lá estava ele,  o minotauro. Fiquei pasma. Agora, nenhum plano prévio seria capaz de me salvar daquele lugar. Diante de mim, ele me olhava com a sua pergunta de esfinge. Pânico. Os meus pensamentos não davam conta da resposta. Estava por demais cansada dos tortuosos esquemas engendrados pelos enredos. Precisava do novelo de lã. Ou do beijo de Eros para sair do labirinto. Parei e suspirei. 

O Beijo

Le Baiser, 1882-1898


Rodin mexia (e mexe!) tanto com a imaginação do espectador que a sua escultura Paolo e Francesca, inspirada na obra de Dante Alighieri, foi rebatizada pelo público durante a primeira exibição em Paris - foi quando o novo nome saltou da boca de um dos apreciadores: O Beijo


Vá lá! Exposição "Auguste Rodin, homem e gênio". Palacete das Artes Rodin Bahia

Oração ao Tempo



"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...


Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...


Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...


O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e migo
Tempo tempo tempo tempo...


Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo..."

Tuesday, April 13, 2010

Buda Vajradhara





VAJRADHARA (sânscr.; tib., Dorjechang/ Rdo Rje 'Chang) - Detentor do Vajra; no budismo Vajrayana, o Buda da Mente Pura. 


Ele me disse:  "daqui a pouco você vai entrar no feminino puro". Parei. Soava familiar. Intenso. Mais ainda:  poético. E mesmo que tal pureza nem existisse, a força destas palavras me comoveram. Alguns dias depois, apareceu você. E suavemente fui conduzida a um lugar antigo, que desde o meu nascimento me aguardava: a entrega absoluta. 

Monday, April 12, 2010

Segredos

Como não sermos belas?
como não sermos loucas?
É do nosso destino
passear na tarde
para desencadear essências
caminhar noite adentro
abrindo portas e janelas


É da nossa natureza
os segredos do divino
a sedução do sol 
que sucessivamente
acorda e adormece
apenas para dar passagem
ao mistério.

Conversar

“En un poema leo:
conversar es divino.
Pero los diosa no hablan:
hacen, deshacen mundos
mientras los hombres hablan.
Los dioses, sin palabras,
juegan juegos terribles.

El espíritu baja
y desata las lenguas
pero no habla palabras:
habla lumbre. El lenguaje,
por el dios encendido,
es una profecía
de llamas y una torre
de humo y un desplome
de sílabas quemadas:
ceniza sin sentido.

La palabra del hombre
es hija de la muerte.
Hablamos porque somos
mortales: las palabras
no son signos, son años.
Al decir lo que dicen
los nombres que decimos
dicen tiempo: nos dicen.
Somos nombres del tiempo.
Conversar es humano”.

Octavio Paz


A vida não me espera.
E isso me desespera incomensuravelmente...





Ando desperdiçando meu tempo com as palavras e seus constructos.
Tão melhor ficar no silêncio e nas possibilidades que me levam ao real. 




Cansei da palavra.
O único milagre que espero é o silêncio. 

Clarice no CCBB

"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente."


Friday, April 09, 2010

Make new mistakes


eu queria que desse certo
o que deu errado
apesar de ter errado
querendo o certo

mas como deu errado
e errado permaneceu
vou acreditar
que o certo ainda está por vir
e que o que deu errado
é porque errado estava

vou aceitar o erro
que ao passado pertence
e ter fé no acerto
que espera por mim

até o fim de tudo

eu queria queimar todos os fogos
respirar todos os ares
exaurir todos os neurônios
para então
quem sabe
chegar à impossibilidade
que talvez me leve
à possibilidade de algo

eu queria chorar até a última gota
gritar até perder a voz
abrir todas as feridas
cortar tudo que me impede
e tudo aquilo que eu penso que me impede
pois de repente aí
pode ser que venha a sensação
da sensação de algo

eu queria dar de cara com todos os fantasmas
e com todos os espectros que existem nesta
e em todas as vidas
e esgotar toda sombra
que me ronda mas que não me engole
porque quiçá assim
uma fresta se abra
para a contingência de algo

eu queria caminhar reto
direto
na direção do nada
para que de uma vez por todas
tudo acabasse
e finalmente aparecesse
ou se manifestasse
algo
em mim



Thursday, April 08, 2010

Autoridade interior



Ah, essa voz... pura mágica, de tão real e viva. Uníssona e cristalina! Parece um anjo falando dentro de mim. Ai como eu queria que esse daimon sempre murmurasse as suas confidências no meu ouvido! Ai como eu queria que os deuses nunca parassem de me tocar! Mas suspeito que o meu querer de nada adianta. Só na escuta do silêncio e no vazio das expectativas é que as divindades me visitam.



Pixels



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Tuesday, April 06, 2010

te encontro. breve.
reluto. me jogo. me jogo?
mas antes preciso ir
em direção ao vazio
que há muito me espera.
é a morte
que continua batendo.
e o meu medo
que teimosamente recusa.
inutilmente recusa. 

O infinito me chama. Sempre.
***
No princípio era o vazio. E o vazio estava com Deus. O vazio era Deus. Ele estava no princípio com Deus.
***
Sentimento é o que acontece entre duas palavras, entre dois números inteiros. No vazio, no infinito, no inominável. No silêncio. Na respiração.

Ressurreição na Páscoa




Obaluaê é o Orixá da Cura. Rei dos espíritos do mundo material, atua na evolução e seu campo sinaliza as passagens de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro. Ele oculta  os segredos da morte e do renascimento, da doença e da cura. 
Morrer para renascer, cura, ressurreição, misericórdia, compaixão, médico das chagas do espírito. 


(Este post é dedicado ao Mestre Pablo, em agradecimento ao seu poder de cura espiritual e pela coragem de ser um canal de manifestação do raio verde. Obrigada por uma Páscoa no seu verdadeiro sentido!)



Friday, April 02, 2010

Hoje fui no Bonfim



Jesus disse: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará.” (Lc 9, 23-24)



Thursday, April 01, 2010

Alguém descreveu o que eu estou sentindo VI

"Quis saber o que é o desejo
De onde ele vem
Fui até o centro da terra
E é bem mais além
...
Encontrar o sal da vida
E a solidão
Esgotar o apetite
Todo o apetite do coração"


Chico Buarque e Djavan