Monday, January 17, 2011


Até podia ser você, mas não é. Não é você e nem ninguém. E nem nada específico. Tudo se resume às minhas utopias ridículas, às minhas fantasias de busca, à minha obstinada teimosia de querer chegar em algum lugar. Alcançar um pouso qualquer que faça o meu coração vibrar suavemente e dizer: chegamos. É aqui. 

2 comments:

José Humberto Ribeiro said...

Ao ler o seu post, lembrei-me desse trecho da Clarice. É um dos meus preferidos.

"...... . Que importa o que é realmente? Na verdade estou ajoelhada, nua como um animal, junto à cama, minha alma se desesperando como só o corpo de uma virgem pode se desesperar. A cama desaparece aos poucos, as paredes do aposento se afastam, tombam vencidas. E eu estou no mundo, solta e fina como uma corça na planície. Levanto-me suave como um sopro, ergo minha cabeça de flor e sonolenta, os pés leves, atravesso campos além da terra, do mundo, do tempo, de Deus. Mergulho e depois emerjo, como de nuvens, das terras ainda não possíveis, ah ainda não possíveis. Daquelas que eu ainda não soube imaginar, mas que brotarão. Ando, deslizo, continuo, continuo....Sempre, sem parar, distraíndo minha sede cansada de pousar num fim." (Clarice Lispector)

untitled said...

Ah, Clarice... será que essa sede pode nos matar?