Freqüentemente eu me considerei uma vítima absoluta dos mais diversos sistemas: do capitalismo opressor, do ensino tradicional e controlador, do cruel mundo corporativo, das relações manipulativas. Os outros não me deixavam ser livre. Sempre os outros. Ontem, revisando a minha trajetória, fiquei com vergonha de mim mesma. Como pude transferir tanto poder para terceiros? A minha liberdade depende de mim. Aí lembrei do documentário que vi sobre o Nelson Mandela e do poema "Invictus" que manteve acesa em Mandiba a esperança, a coragem e a determinação ao longo dos 27 anos em que esteve aprisionado nas celas em Robben Island. Demorou, mas eu me dei conta. Não importa quão esmagadora seja a vontade de opressão e castração do outro. A alma é minha. E só quem pode aprisioná-la ou libertá-la sou eu. Essa escolha ninguém tira de mim. E nem de você. Alma minha, seja, pois, insubjugável.
"Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma."
William Ernst Henley (1849-1903)
2 comments:
Lembrei de Sartre. Aquele conceito de que o inferno são os outros. Só deixo de ser livre e feliz porque existem os outros....
... Fiquei rindo demais sobre o seu comentário do poema que escrevi.. na comunidade também perguntaram sobre o efeito etílico..rs.rs.rs... Fiquei feliz que tenha gostado do livro. Bjs
Às vezes, tudo é inferno: eu e os outros... hehehe. Por outro lado, quem nunca desceu ao (próprio) inferno, nunca conhecerá a luz... será que dá pra tomar uma Kaiser antes?
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