Só um espírito livre entende outro espírito livre. Porque compartilham o mesmo olhar, a mesma busca, a mesma vontade de questionar.
Os espíritos livres anseiam pela pergunta que não quer calar, pela emoção profunda. Querem a intuição que está por trás dos acontecimentos, o sentimento que permeia todos os movimentos. O inexplicável que nos torna tão humanos.
O espírito livre não aceita amarras, rejeita convenções, ri do linear e não se contenta com explicações prontas.
Os espíritos livres erram, desviam, se confundem... porque só no movimento errático existe a dialética, a metamorfose e a transcedência. Choram, sofrem, magoam e são magoados. Amam profundamente. Acreditam no amor à primeira vista, à segunda vista. O amor a qualquer hora, em qualquer lugar. Porque o que importa é amar. É o amor.
Os espíritos livres vivem a originalidade, a autenticidade, a criatividade. Odeiam abertamente a ordem e a inércia. Desejam secretamente o paradoxo, a rebeldia e o caos que gera uma estrela. Quebram os tetos. Definem que o céu é o limite. Sempre.
O espírito livre se joga no abismo, se destrói e se constrói e se desconstrói mais uma vez. Recicla. Aprende e aprende de novo. Mas sabe que tudo está conectado, que tudo tem um sentido, que nada é por acaso. Que o divino mora em cada um e que o destino é sempre maior que qualquer pretensão cartesiana.
O espírito livre sabe que é idiota, ridículo, limitado.
Sabe que é, apenas. É intenso. É verdade. É.
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