Sunday, February 27, 2011

Reconciliação

Fiquei pensando que talvez a única reconciliação possível e necessária seja entre a nossa luz e a nossa sombra. Receber a nossa profunda e temida escuridão de braços abertos. Por que relutamos tanto em aceitar a dimensão sombria da nossa alma? Em nos render ao que consideramos a nossa imperfeição? Enquanto nos acovardamos, a nossa totalidade espera, pacientemente, a conciliação dos opostos.

Espiritualidade

Em sonho, ela me disse: "chegou a hora de você atender ao chamado que vem de dentro e do alto. É o momento de você olhar para as pessoas que estão ao seu lado e compreender o propósito espiritual destes relacionamentos." Tocada, acordei.

Saturday, February 26, 2011

Não nos afastemos, vamos de mãos dadas!

Sim, eu acredito demais que a energia feminina precisa ser resgatada, tanto quanto a energia masculina. Ao longo dos anos, ambas foram deturpadas e mutiladas (quase que aniquiladas) em suas essências. O que sobrou? O inanimado, a falsificação, o superficial, a castração: armaduras, sistemas, lógicas, regras, rótulos, formatos. Precisamos libertar e fortalecer tanto o feminino quanto o masculino para finalmente sairmos da Matrix, da caverna, da jaula. Somente através da união yinyang é que podemos gerar vida e amor.  A cada dia que passa, eu levanto mais e mais a bandeira do feminino, porém imploro: não desvalorizem o masculino! 

Herói de sua própria vida. Imperdível!!!



O artista Eduardo Marinho possui o que anda completamente em falta nos dias de hoje: coragem! Coragem de SER e AGIR. Coragem para falar e fazer. Para fazer do seu discurso o seu percurso. Para ser uma brecha neste sistema falacioso. De ser sano no meio de tanta loucura. A minha reverência a este herói de sua própria vida.

É nestas horas que percebo a minha covardia, ao mesmo tempo que ganho mais um impulso interior para tomar a minha vida nas minhas próprias mãos e ser Senhora de mim mesma e da minha alma. Valeu, Eduardo!

Sobre o vídeo: Eduardo fala sobre sua opção de vida e discute sobre como vivemos complacentes com toda a mentira que existe na sociedade.


Veja o blog do Eduardo aqui.

Friday, February 25, 2011

O verdadeiro combate: reconhecer a sombra e integrá-la.



Quanto mais nos tornamos conscientes sobre a sombra, menos ela pode nos dominar.*** A sombra nunca será eliminada porque ela é parte da nossa natureza. ***Ao contrário do que muitos pensam, a sombra não é apenas uma força negativa na Psique. Ela é um depósito de energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e é a fonte principal de nossa criatividade.

*** 
“Qualquer indivíduo é acompanhado por uma sombra, e quanto menos ela estiver incorporada na sua vida consciente, mais espessa e escura se torna.” Jung

Thursday, February 24, 2011

Incondicional

Sabe o que eu realmente queria? Que um dia você olhasse bem fundo nos meus olhos e dissesse tudo aquilo que você detesta em mim. Sem julgamentos, eu iria lhe ouvir e talvez até espernear, mas depois lhe diria que podemos sim falar a verdade para as pessoas. Confesso que, por causa das suas críticas, eu não mudaria o meu jeito. Nem tentaria. Apenas seguiria lhe amando, provavelmente ainda mais. 

Espelho meu IV

Você tem razão:  ainda me falta coragem para me olhar cara a cara e é por isso que olho você, no que nem você vê.

Espelho meu III

Covardes e orgulhosos, seguimos até que a morte do ego nos separe. Melhor que ela venha logo, não acha?

Espelho meu II

A sombra que nos separa também nos une. Triste zona de conforto esta. Ah, como eu queria ser completamente surpreendida pelo desapego dos lugares usuais e, sem nenhum medo ou expectativa, me lançar na desconhecida potência do sol que brilha e me espera. Nos espera.

Wednesday, February 23, 2011

Espelho meu


Existe atraso de vida maior do que ser escravo de si mesmo? Ser seu próprio capataz, carrasco, general? Ter o seu tirano alojado dia e noite, dia-após-dia, dentro de si? Sentir-se, a cada instante, julgado, oprimido, cobrado, punido, incompreendido? Por isso, quando você me pergunta o que lhe impede de ser livre,  a resposta é mais que óbvia: todos esses que você mesmo deixou que fizessem morada na sua mente e aprisionassem a sua alma. Agora eu queria saber: quanto tempo mais você vai precisar para libertar a sua voz verdadeira e finalmente dizer à sua sombra quem manda em quem? Me diz: quanto sofrimento mais até você ter coragem para tirar o seu coração da jaula? 



O pensamento também é uma ilusão. Um enorme argumento.

Eu digo: derrota, venha! Eu digo: morte, eu me entrego a você! Por favor, libertem-me do meu ego ainda nesta vida!

“Ressuscita-me
Quero acabar de viver o que me cabe
Minha vida
Para que não mais existam
Amores servis”

Maiakovski

Tuesday, February 22, 2011

Nove Anos para um Verso

Já há bastante tempo, venho ensaiando escrever sobre o direito legítimo que temos à preguiça.  Neste texto, que ainda está em meus devaneios, quero, obviamente, citar o Dorival Caymmi, um homem que compôs pouco mais de 100 músicas e que nos mostrou que a genialidade não pode ser rotulada em frases como a do Thomas Edison: “O gênio é um por cento inspiração e noventa e nove por cento suor”.

Bem, acordo eu hoje na minha preguiça matutina, quando leio um texto do Arthur Nestrovski que o meu querido Márcio Almeida postou em seu FB. Ilustrou meu pensamento. Transcrevo abaixo.

É isso aí, Caymmi. Nove anos para escrever um verso. Isso é que é produtividade! E que a nossa alma sempre fale mais alto e subverta toda e qualquer regra sobre o que a sociedade capitalista-cristã considera “produtivo”. E viva a malemolência! 


“Quando o Dorival Caymmi era criança, ele tinha um amigo pescador, chamado Aurelino. Morava na praia de Itapuã, na Bahia. O pai de Aurelino era o João Carapeba, de quem o Caymmi gostava. Um sujeito fortão, brigão, que dizia muito palavrão; mas também caloroso e carinhoso, conforme o momento. Quase todo mundo é um pouco assim: de um jeito numa hora, de outro noutra. Só que o Carapeba era muito assim.

Anos mais tarde, o Caymmi resolveu fazer uma música sobre ele. João Carapeba, então, virou "João Valentão". E a música tem duas partes bem diferentes: a primeira rápida e animada, a segunda suave e dengosa.

Caymmi, que sempre teve fama de preguiçoso, quando foi fazer essa música exagerou. Começou a compor em 1936, num verão em Itapuã. A melodia saiu rápido. A letra, quase toda de uma vez. Até que ele chegou nuns versos que falam em "deitar na areia da praia". Deitar na praia é gostoso - e o Caymmi parou por aí.

Só sete anos depois, andando de bonde no Rio de Janeiro, ele achou os dois versos que faltavam: "E assim adormece este homem, que nunca precisa dormir para sonhar / Porque não há sonho mais lindo do que sua terra, não há". Como se não bastasse, veio um amigo depois sugerindo trocar "terra" por "vida". Ao todo foram mais dois anos, até o Caymmi se decidir.

Esse tempo, afinal, não importa. Porque o tempo, para Caymmi, não se usa para procurar nada; o tempo é para achar. E quando o Caymmi acha, a música não fica só pronta: fica perfeita, para sempre.”

Arthur Nestrovski - Folha de São Paulo, 30 de Outubro de 2004

Sunday, February 20, 2011


Cadê coragem para jogar fora todas as muletas e me apoiar apenas no meu ser?

O desgaste das ilusões

Serenamente ele me disse: “sabe que o real é muito mais sedutor? Ultimamente acho essas ilusões todas tão infantis que até me brocham.”

Dom de iludir

Praticar o afeto incondicional, me aceitando e aceitando o outro como realmente somos.  Justo. Juro que estou tentando, mas esta mania de fantasiar continua me perseguindo. Nas minhas utopias contraditórias, adoro acreditar que é possível viver o real, sem abrir mão das doces ilusões cor-de-rosa. Como é difícil mudar um condicionamento!  Como é trabalhoso livrar-se do vício de (me) iludir.

P.S: Platão, ainda não desita de mim, por favor! Tive uma recaída, mas o remédio é forte :)



"Você diz a verdade e a verdade é o seu dom de iludir. Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir..."

Saturday, February 19, 2011

Eu daria o Oscar para ele!




Para mim, este Cisne Negro é muito mais autêntico e emocionante do que o filme cheio de purpurina e flashes produzido por Hollywood. John Lennon da Silva, artista de street dance da periferia de São Paulo, numa grande manifestação de genialidade. E que a arte continue nos libertando! 



Eu quero a liberdade que vem da consciência e não da inconseqüência.

Friday, February 18, 2011

Arrasou!



Perguntinha básica: inveja mata?

Tuesday, February 15, 2011


Eu me apaixonei pela vida e ela anda me correspondendo muito!

Sabedoria infantil


Tenho saudades da época em que eu ouvia Chapeuzinho Vermelho centenas de vezes na minha vitrolinha de plástico, sem me cansar e sem me preocupar em consumir a próxima "novidade" da indústria cultural. Numa só história eu me recriava e não havia a necessidade de Facebook para compartilhar a minha "experiência". Hoje preciso sempre de mais e mais histórias. Mais e mais distrações. Como camelo, sigo armazenando. Vontade agora de apenas escutar Disquinho e de me reinventar criança.


Monday, February 14, 2011


O amor é a total perda da ilusão. E o amor próprio é a perda de toda e qualquer ilusão sobre si mesmo. Quando a ilusão cai, o real emerge. Este real é o amor. 


A teoria não existe. Ela é mera ficção. 

Liberdade

Até bem pouco tempo atrás "liberdade" era uma palavra abstrata para mim. Agora, a cada dia que passa, liberdade está se tornando algo muito concreto na minha vida.  E não falo da liberdade de ir e vir ou de poder fazer qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar. Falo da liberdade de estar presente e conectada em mim. De não ser um fantoche. De sentir. De ser. 

Saturday, February 12, 2011

Amor=Verdade=Presença=Luz=Liberdade



Tirar a máscara e a fantasia para poder se conectar ao lugar que é aqui e ao momento que é agora


Friday, February 11, 2011

Tá chegando!!!



"O meu canto é força
O meu canto é magia
E quem em Deus confia
Só Deus pode derrubar
Selei, selei
Meu cavalo selei"

Thursday, February 10, 2011

Um bilhete para Platão

Platão, meu querido,
Preciso lhe dizer algo: você tinha toda razão. Descobri que a caverna é mesmo um mito. Um engodo coletivo. Um labirinto de inconsciência. Pois bem, quero lhe contar: eu me empapucei deste lugar falacioso e das sombras lá projetadas.  Fiz exatamente como você, há tempos atrás, me recomendou. Lentamente avancei na escuridão e bravamente escalei o muro. Vislumbre mágico esse da luz. Que ignorante eu de me contentar com uma mera fogueira quando o sol, há muito, me esperava. Que bom perder a ilusão! E olha só, pode ficar tranquilo porque, não importa o que aconteça, não pretendo voltar. Quem da consciência se alimenta, já se sente livre.
Com afeto eu lhe agradeço,
Patrícia

Tuesday, February 08, 2011

Parafraseando

Quem sabe eu ainda sou uma malandrinha...

Aprendendo muito com o Mestre Viktor de Salis

"Nenhuma mentira resiste ao tempo. Muito menos a mentira sobre si mesmo."

"Uma vitória emburrece. Uma derrota nos torna merecedores dos deuses."

“Não tire ninguém da caverna antes da hora. Ele pode não estar acostumado à luz.” 

"Você conhece atraso de vida maior do que a mágoa, o ressentimento, o ódio?"

"Toda construção verdadeira de Eros demora tempo."

Viktor de Salis

O mesmo que você...


Ele escreveu para ela: “vai, me responde, me fala, o que mais você lembra de nós?” Surpreendida, ela respirou fundo, espantou seus embaraços e sinceramente se expôs. Respondeu o que lembrava e tinha sentido, sem artifícios, sem truques, sem jogo. Ela não sabia ao certo, mas a sua intuição suavemente soprava que ele era diferente de todos os outros e que seria uma covardia continuar escondida em qualquer tipo de subterfúgio. Pela primeira vez, ela percebeu que a sua timidez estava deslocada e que a verdade verdadeira era a única coisa que poderia ser dita. Naturalmente.


Monday, February 07, 2011

-3, -2, -1, 0... enfim, o começo.


Eu disse: chega! Basta de hipocrisia, de máscaras, de cegueira. O meu coração tem urgência de verdade. A minha alma tem pressa de vida. Visceralmente sigo na direção do bom, belo e justo.  Eu me aproximo do marco zero. Antes disso, foi tudo reparação. 

TIMELESS



Timeless, Espaço Unibanco.
E naquela noite ela dormiu e sonhou. Imaginou que a sua alma vinha na sua direção: calma, cálida, fértil.  Sim, a sua psiqué era real e a olhava nos olhos. Cúmplices, íris de cores díspares se encontravam e braços quentes se entrelaçavam. Ambas derretiam em uma só pessoa pastosa: uma lava de vulcão fluida que respirava oxigênio no exato ponto de ebulição.

Saturday, February 05, 2011

Sombra, você pode até me abraçar. Mas o meu beijo pertence à luz.

Eu quero um amor que legitime o nosso direito de estar aqui: na mais pura presença do ser. Na afirmação da vida.

A REVOLUÇÃO SOMOS NÓS

Salvador, jan 2011.


"Libertar as pessoas é o objetivo da arte, portanto a arte para mim é a ciência da liberdade." Joseph Beuys


Friday, February 04, 2011

Gabriela Cravo e Canela


A gente complica tanto para chegar no óbvio: o simples.

Thursday, February 03, 2011


As máscaras pesam sobre nós, que as carregamos. Não sobre quem nos vê.

"Por mi’alma insubjugável agradeço"


Freqüentemente eu me considerei uma vítima absoluta dos mais diversos sistemas: do capitalismo opressor, do ensino tradicional e controlador, do cruel mundo corporativo, das relações manipulativas. Os outros não me deixavam ser livre.  Sempre os outros. Ontem, revisando a minha trajetória, fiquei com vergonha de mim mesma. Como pude  transferir tanto poder para terceiros? A minha liberdade depende de mim. Aí lembrei do documentário que vi sobre o Nelson Mandela e do poema "Invictus" que manteve acesa em Mandiba a esperança, a coragem e a determinação ao longo dos 27 anos em que esteve aprisionado nas celas em Robben Island. Demorou, mas eu me dei conta. Não importa quão esmagadora seja a vontade de opressão e castração do outro. A alma é minha. E só quem pode aprisioná-la ou libertá-la sou eu. Essa escolha ninguém tira de mim. E nem de você. Alma minha, seja, pois, insubjugável.

"Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma."
William Ernst Henley (1849-1903)

“Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte”

A minha covardia anda me impedindo de viver. Eu achava que era medo, mas, no final das contas, é isso: eu morro por antecipação. Obrigada, Shakespeare. Quando um beijo não nos desperta, realmente precisamos de um tapa na cara. 

Sobre a minha mais profunda obsessão


“Em você fincou raízes a criatividade, mas foram tão fundas que durante o período de existência encontram uma forte resistência para atingir o caminho da luz, e manifestar em obras concretas todos os talentos que, subjetivamente, sua alma reconhece possuir.”

Tuesday, February 01, 2011

Eu quero sentir o cheiro das pessoas que, como eu, desejam. Não daquelas que desejam a posse do carro, das medalhas, do outro. Mas daquelas que, totalmente sem pudores, desejam a vida. 


Sentindo a deliciosa liberdade de ser eu mesma de corpo e alma.