© João Bortone - Noronha, 2009
Se vale a pena viver? Sempre.
Mas às vezes, a gente tem vontade de morrer
nem que seja
apenas por um segundo.
Vale a pena imaginar o eterno? Ah, vale.
Nem que seja
para tentar prolongar um momento intenso
que não se repete mais.
Vale a pena enlouquecer? De vez em quando.
Ou de vez em muito.
Nem que seja
para lembrar que a linearidade
é uma invenção insana.
Vale a pena escrever? Sim.
Mas também vale a pena desenhar
cantar
chorar
ou não fazer nada.
Mas a gente também sabe
que às vezes não vale a pena
porque senão a gente não saberia
o que vale a pena ou não.
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