Eu não sei dos outros. Mas sei de mim. Vivo num caos. Num turbilhão interno. Num furacão incessante. Quando eu era adolescente, as pessoas me falavam da crise de adolescência. Elas só esqueceram de me dizer que essa crise não passa quando viramos adultos. Porque as perguntas continuam: quem sou eu? O que eu estou fazendo aqui? São tantas inquietações. As mesmas inquietações sem respostas. Novas inquietações sem respostas. Sempre me surpreendo quando vejo pessoas aparentemente lineares. Eu não consigo. Eu até tento. Mas, em algum momento, cai tudo por terra. Porque a minha alma é assim mesmo: desassossegada. É que eu questiono. Eu me pergunto. Eu não me conformo das coisas serem como são. Existe uma rebeldia dentro de mim. Durante muito tempo, tinha receio de usar essa palavra e assumir que sou rebelde. Porque eu não entendia direito o que é ser rebelde. Pensava no James Dean e em todos aqueles estereótipos de rebeldia: sexo, drogas e rock&roll. Nada contra esses itens. Mas a minha rebeldia é diferente. Eu questiono o superficial. Eu me rebelo quando querem me impor regras que para mim não fazem sentido. Eu quero fazer as coisas do meu jeito, não por egoísmo, mas por necessidade mesmo. Afinal, se o meu DNA é diferente do resto da humanidade, por que eu deveria fazer igual? Eu penso nessas coisas. Em coisas que talvez passem batido. Eu me pergunto: por quê? Várias vezes. Continuamente. Dizem que as crianças perguntam por quê. Eu ainda sou uma criança. E me pergunto: por que no mundo em que vivemos é mais fácil a gente se embrutecer do que amar incondicionalmente? É um mundo louco este. Eu acho. As pessoas querem tomar remédio para deixar de sentir. Preferem se submeter do que se revoltar. Bem, mas as pessoas sou eu. Aliás, mais um quesito que fica na minha cabeça: o foco no outro. Por que queremos mudar o outro, a cada instante, mas nos recusamos a mudar os nossos próprios padrões e condicionamentos? Por que será que vivemos olhando para fora e tão pouco para dentro? Estou tentando parar de falar na terceira pessoa: a sociedade. A sociedade sou eu. Assumir a minha vida, as minhas responsabilidades. Parar de julgar o outro. De dizer o que o outro deveria fazer. O outro é problema do outro. Parar de falar sobre liberdade como algo abstrato e finalmente ter coragem de viver a liberdade. Parar de falar sobre sentimento e simplesmente sentir. Parar de falar, e agir. Ser a atitude. Ter a coragem de ser. Suspiro. Como eu disse: eu tenho um turbilhão dentro de mim. E escrevo estes textos caóticos e sem muito sentido apenas porque preciso, de alguma forma, me manter numa possível sanidade. Já que a linearidade é impossível para mim.
Wednesday, May 19, 2010
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2 comments:
Bem-vinda! "Seja a mudança que quer ver no mundo". Beijos
Escrever às vezes nos ajuda a colocar parte da dor e do conflito para fora. Mas se dói é por ser humano.
Mas às vezes deixe tudo de lado. "A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas"!
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