Ele me escreveu: "Pat, vou te confessar uma coisa inconfessável". Tomada por um encantamento, desviei a atenção do e-mail e me fixei na palavra. Repeti inaudivelmente: in-con-fes-sá-vel. De repente, tive vontade de sussurrar, ao pé do ouvido, de algum ouvido: inconfessável. Ou seduzir, olhos nos olhos: inconfessável. Ou quem sabe, levianamente, só cuspir: inconfessável. Diante de tantas possibilidades poéticas, a minha curiosidade sobre "o que não podia ser confessado" se perdeu. Desliguei o computador e continuei alheia à coisa em si. Apenas imaginando como eu iria confessar: inconfessável.
Friday, June 18, 2010
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