Ele: Não me esqueço do filme que me recomendou, porque a frase final é para mim a síntese do que sou. E me aceito como sou. Felicidade só é real compartilhada. Não sei ser feliz sozinho, não sei ser feliz me amando somente, não sei ser feliz não trocando. E por mais que troque com amigos, falta uma parte. Sinto um vazio, um oco.
Ela: Pois é. A gente tenta se distrair, se enganar, se convencer de que é possível ser feliz apenas consigo mesmo, constrói todo um discurso de auto-estima, de amor próprio, lê um monte de textos sobre como é essencial amar a si mesmo e aprender a ficar só, mas, no fundo, lá no fundo, queremos o que todo mundo quer: um grande amor. E PQP!!! Eu tenho direito!!! Meu Deus, por que não vem? Caramba, essa é a única coisa que eu realmente quero, um amor de verdade, mas parece que o meu lado pessoal não anda. O profissional de alguma forma sempre se ajeita, mas o pessoal: fiasco. Eu devo ser mesmo muito medrosa, confusa, infantil, ingênua, exigente, fechada, sonhadora, muito sei lá mais o quê. Devo mesmo. Mas preciso dizer que eu não tenho culpa do que fizeram comigo ou do que eu fiz comigo mesma, das minhas autodefesas. Eu simplesmente cansei de tentar entender e analisar tudo isso. Quero um grande amor apesar de todas as minhas profundas limitações e do meu passado que me condena. Estou exausta de procurar as causas, as raízes, os condicionamentos, os padrões repetitivos. Cansei! Eu sinto exatamente o que você sente: eu quero a sorte de um amor tranqüilo. Pode ser já?
Ele: ISSO! ISSO! ISSO! Fico pensando porque algo que deveria ser tão simples, pra mim parece uma impossibilidade de vida. Não quero mais peguetes, fuck-friends, mulher dos outros, namoradas loucas... só quero curtir o amor real, só isso. Ir ao cinema, ligar pra casa quando viajo e dizer a quem ficou que cheguei bem. Dar um bombom, receber um bilhete... viver o que é possível. Sem anexar a isso a loucura que nos degenera. Chega de impossibilidade. Tá na hora de receber um pouquinho. Tá na hora da gente parar de cavucar as profundezas da nossa mente, estamos nos perdendo e, invariavelmente, ficando cada vez mais no escuro. E tristes.
2 comments:
Impossível esquecer o final daquele filme... sempre me lembro também do trecho da música Long Nights, com o Eddie Vedder:
Eu tenho essa luz
Eu irei em busca de crescimento
Quem eu era antes
Eu não posso lembrar
Eu ando obcecada por todas as músicas. Ouço mil vezes o cd... "I'll take this soul that's inside me now"...
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