Ela se sentia muito atraída por ele. Não, atração era pouco. Ela estava completamente apaixonada. Achava-o diferente. E, ao mesmo tempo, tinha muito a ver com ela. Porém, quanto mais o sentimento escalava, mas o pânico de perder o pé da situação crescia no seu estômago. Até que ponto realmente valia a pena se envolver? Estava, de novo, refletindo sobre isso, quando o telefone tocou. Era ele: "acabei de ler o seu e-mail. É de cortar o coração ver os subterfúgios que você utiliza. De ver você se boicotando. Tantas figuras de linguagem, tanta coisa dita sem dizer coisa alguma. Às vezes, tenho a sensação de que você não possui amor próprio, que você não se quer o bastante. Por isso, fica todo o tempo tentando manobrar o meu sentimento para que o meu amor por você compense a falta de amor por você mesma. Você não percebe que a sua tentativa de não envolvimento e manipulação impede um vínculo entre nós dois? Você ainda não se deu conta de que um relacionamento entre duas pessoas que se gostam não é uma competição pelo poder? Fala pra mim, do que você tem medo? Quem foi que meteu na sua cabeça que amar é perigoso?" Acuada, ela ficou muda. Até queria dizer algo, mas a resposta não vinha. E quando o desconforto ficou maior que o silêncio, ele declarou: "vou aí." E desligou.
Tuesday, November 02, 2010
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