Wednesday, November 24, 2010

Heróis reais

Andei pensando sobre o filme Tropa de Elite II, que eu ainda não vi. Explico: tenho refletido sobre o que as várias pessoas, que assistiram ao filme, comentaram comigo. Mais especificamente, pondero sobre um ponto: o fato de que muitas delas passaram a apontar o Capitão Nascimento como um grande herói nacional. Por um lado, como amante da arte, fico sensibilizada por constatar que o cinema é um meio mobilizador, mas por outro,  confesso que me questiono quando vejo um país ovacionando um herói fictício. Cada um tem o(s) herói(s) de mentira ou de verdade que quer. Entretanto, ouvindo todos estes relatos, eu me dei conta de que realmente prefiro os heróis brasileiros de carne e osso. Como nunca havia pensado sobre este assunto de forma mais consciente, me fiz a seguinte pergunta: quais brasileiros são os meus heróis? O primeiro que me veio à mente foi Paulo Freire. Ah, este sim é um herói! Daqueles que nós realmente precisamos para mudar este país. Ai como eu gostaria que ele virasse conversa de boteco, da mesma forma que é o Capitão Nascimento. Parece papo de intelectual? Só para os desavisados. Eu creio na revolução através da educação. Paulo Freire, sem sombra de dúvidas. Quem mais? Lembrei de Antônio Conselheiro, Zumbi, Frei Caneca, Chico Mendes. Também tentei resgatar na minha memória as heroínas brasileiras. Não conseguia me lembrar de nenhuma. Fiquei envergonhada. Fui lá no Google e coloquei: "heroínas brasileiras". Encabeçando a lista apareceu a baiana Maria Quitéria e, na seqüência, Anita Garibaldi. Aí, ufa, lembrei de Dandara, esposa do Zumbi. Admiro muito a história dela, da qual, infelizmente, não existem muitos relatos. Logo depois rememorei a também baiana Joana Angélica. Um sorriso me veio: quando criança, morei na avenida Joana Angélica em Salvador - será um sinal? ;) Passeando pela história dela e destas pessoas que acreditaram em revoluções possíveis, fiquei muito inspirada. Sei que ultimamente muita gente anda perdendo a crença nas utopias. Comigo acontece exatamente o movimento inverso. Mais e mais, acredito que precisamos de ideais revolucionários e de heróis reais. E continuar indo ao cinema, é claro!





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