As flores do Ale
No dia em que você me encontrar, eu queria ficar sem ruídos. Parada. Abraçada a você. Agarrada a você. Quieta. Isso. Quieta. Eu sei que eu sou confusa, que eu me fecho e me abro, que eu fico perto e distante, sem nenhum motivo, sem nenhuma explicação, sem nexo. Sim, eu faço tudo errado. Mas mesmo que eu tenha desacertado tanto, a vida inteira, no dia em que eu lhe encontrar, queria que você jogasse na minha cara o silêncio. Um perdão mudo de tudo o que eu deveria ter feito e não fiz. Ou fiz inexato. Eu sei. Nós sabemos. Eu me escondo quando deveria me mostrar, eu racionalizo quando deveria sentir, eu me tranco quando deveria me entregar. É. Mas mesmo que eu tenha sido tão imperfeita, tão falha, tão contraditória, por favor, não me questione. Não me peça justificativas. Não procure saber o porquê. Porque a verdade é que eu não sei o porquê e, quando sei, não sei de verdade. E talvez eu diga, mas fuja da essência. Ou fale, mas me exprima fragmentada. Na realidade, eu ainda não atingi o real e até me pergunto se alguma vez o real já foi expresso em mim. Por isso, mesmo com todas as minhas falhas insensatas, com todas as minhas limitações imperdoáveis, com todos os meus defeitos irreparáveis, no dia em que nos encontrarmos, eu queria apenas ficar colada ao seu coração. Quieta. Parada. Abraçada a você.
2 comments:
Quieto. Ouvindo o coração. Sempre dá certo...
linda, é o ritmo. Tudo é ritmo!
http://www.youtube.com/watch?v=lVPLIuBy9CY&feature=share
beijo!
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