Ela era absurdamente imperfeita. Demente, louca, desdentada e suja, representava o oposto de tudo aquilo que ele havia imaginado. Entretanto, ela era selvagem e do seu corpo jorravam litros de êxtase. Inexplicavelmente, o seu coração batia por ela. A outra, bem diferente, era impecavelmente bela. Definitivamente, tudo o que ele havia sonhado. Todavia, em seu pedestal frio e rígido, ela permanecia absolutamente inatingível. No seu corpo hermético, o gozo era sempre postergado. Num dia qualquer, na mais pura exaustão, ele resolveu fazer a sua escolha. Sem muito refletir, optou por aquela que, mesmo cheia de falhas, prazer lhe dava. Com um passo firme, saiu de casa. No caminho, desviou da perfeita Teoria e, sem exigências, se atirou nela: a Prática. Num grande ato de amor, experimentou a vida real que ainda lhe restava.
Sunday, March 20, 2011
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