Cruz Egípcia*
Recentemente, lendo sobre um sonho que Jung teve que o remeteu ao mito egípcio “O falo de Osíris”, acabei ficando curiosa quanto à lenda e fiz uma busca na net. Achei um texto do qual gostei bastante, por isso, colo abaixo. O autor descreve exatamente o que ando refletindo nos últimos tempos: além de resgatarmos o sagrado feminino, também precisamos resgatar o sagrado masculino. Na prática, eu não tenho a mínima idéia de como será este movimento a favor do masculino (espero sinceramente que os homens estejam pensando nisso), mas, quando acontecer, com certeza irá beneficiar muito as mulheres e o processo de cooperação e integração dos princípios opostos-complementares. Felizmente nós mulheres já estamos nos apropriando da beleza e da força do feminino real. Torço demais para que os homens também comecem a tirar o masculino dos escombros e sair deste lugar limitado a que foram lançados através do patriarcado e do discurso moralista do machismo. Sei que, hoje em dia, muitas mulheres contribuem para reforçar estes estereótipos, freqüentemente amaldiçoando o masculino. Na minha opinião, precisamos todos nos conscientizar, parar de procurar culpados e recuperar o que restou tanto do homem quanto da mulher diante do truculento jogo de poder e dominação.
“Quando Osíris é assassinado por seu irmão Seth seu corpo é desmembrado em 14 partes, segundo a versão mais aceita do mito. Ísis, esposa de Osíris, sai em busca das partes do esposo na intenção mágica de fazer com que Osíris ressuscite, só que apenas 13 partes são recuperadas, menos o falo, que fica perdido.
O falo de Osíris não recuperado por Ísis é um símbolo do que estava por vir: uma profecia.
O falo de Osíris é o símbolo do princípio masculino perdido. Assim não é só o resgate do feminino que precisa ser feito hoje em dia, o masculino, o homem verdadeiro precisa ser recuperado, pois está castrado, destituído de poder em si.
No mito egípcio, Ísis é capaz de conceber mesmo sem o falo de Osíris mostrando que o princípio feminino é capaz de gerar por si mesmo. A partenogênese prova isso.
Osíris foi desmembrado por Seth e reconstituído por Ísis e Néftis. O mito indica que o princípio feminino não só gera a vida, mas também é capaz de restabelecê-la e reorganizá-la.
Assim o mito revela seu caráter profético ao indicar a queda do masculino e ao mostrar como restabelecer o poder do masculino em nossa época: através do feminino.
(...)
As 13 partes de Osíris recuperadas nos indicam o arcano 13, a morte do Tarot. A 14ª parte indica, se recuperada, a possibilidade de uma transição para uma era de regeneração, 14 é o número do Tarot para a Temperança, que tem óbvias semelhanças com Aquário, signo da nova era, regido por Urano, regente no corpo humano das glândulas sexuais, onde está a força do espírito, a força feminina e regeneradora, a Energia Criadora, Shakti, Kundalini, Néftis, a Ísis velada e oculta em nosso corpo. No arcano 14 do Tarot vemos um anjo hermafrodita, símbolo da harmonia e da reconciliação do feminino e do masculino.” (por Fernando Augusto)
(*) "A alça oval que compõe o ankh sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam os princípios feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. Em outras interpretações, representa a união entre as divindades Osíris e Ísis, que proporcionava a cheia periódica do Nilo, fundamental para a sobrevivência da civilização. Neste caso, o ciclo previsível e inalterável das águas era atribuído ao conceito de reencarnação, uma das principais características da crença egípcia. A linha vertical que desce exatamente do centro do laço é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os opostos." (wikipedia)
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