Wednesday, June 29, 2011

Cacoete de Performance


Eu queria ser uma daquelas pessoas incríveis que têm o desprendimento de apreciar o caminho, mas prefiro ser sincera e assumir que não sou. Ou ainda não. Fui treinada ou domesticada, sei lá, por performance. Acostumei a ter o alvo como meta. Ou a meta como alvo. E pior:  este tipo de estratégia sempre deu certo. Deu tanto certo que um dia, deu errado.  Óbvio! E na incidência dos erros, estou sendo delicadamente (delicadamente?) forçada a ver beleza na paisagem. Claro que se fosse por mim, eu continuaria  traçando diversos objetivos e, sem nem olhar para o lado, já estaria em um dos meus destinos comemorando e dizendo: next! Tudo bem que a jornada seria ansiosa e sofrida e que a alegria seria pontual e fugaz. Mas, na real,  também dói muito jogar fora todos os condicionamentos para aprender a ter prazer na caminhada. E é isso que está acontecendo agora: deixar fluir até poderia ser agradável, se não fosse tão doloroso sair de um padrão repetitivo.

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