Quando eu entrei no rio, você, com os pés na terra, falou: “não vá. Fique aqui”. Você se lembra? Enquanto a correnteza me levava, você dizia: “volte, é inseguro”. E quando cheguei do outro lado, lhe pedi: “vem comigo?”, mas você imóvel permaneceu. Lembra disso? Depois, você não viu, mas, embalada pelo vento, solitária segui até encontrar outro alguém, outro rio, outra boca que articulava as suas já pronunciadas palavras. Da mesma forma que aconteceu com você, não teve outro jeito, tive que avançar sozinha. Caminhei até me deparar com uma nova pessoa, um novo rio, e, de novo, com as suas antigas palavras. Desta vez, ao invés de retrucar, calei e, em silêncio, andei até a praia. Enfeitiçada pela lua, atravessei o mar e pulei as ondas. Sabe as suas por outros repetidas palavras? Aprendi a deixar para trás. As suas palavras, você e todos aqueles que um dia tentaram me convencer de que o horizonte é um lugar inatingível. Sim, sem nenhum arrependimento, prossigo. Cegamente acreditando na promessa que o sol um dia me fez: venha, pois estou aqui lhe esperando.
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2 comments:
desculpa ter deletado o outro comentário, é que não tinha clicado para acompanhar as mensagens... segue o que tinha escrito:
uau... sem palavras... carinhosamente surrupiado para o meu blog com as devidas homenagens.
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