Sunday, May 13, 2012

Da minha morte, da minha nova vida


Você falou da minha morte assim, como se fosse um assunto casual, usual. Como se acontecesse todos os dias, todo santo dia. Você falou da minha morte, exemplificando, citando. Pra você foi tão banal. Tão simples e corriqueiro. Direto: “você se suicidou”. Pelo jeito, nada demais pra você. E logo começou a repetir a mesma ladainha: “como você demorou!” Tudo bem que você me abraçou, tudo bem que você me acolheu, tudo bem que você estava esperando por mim. Eu agradeço. Mas não se deve dar uma notícia tão forte desta forma, à queima-roupa: “Depois de passar pelos portais, você se suicidou”.  Ninguém vai entender isso. Eu ainda não entendi isso. E também não sei lhe dizer porque eu demorei tanto para aceitar a minha nova vida. Talvez o óbvio? Por mais que eu falasse em metamorfose, eu tinha medo morrer. Claro, você tem razão. É evidente que não há como renascer se a gente não se mata.

No comments: