Dizem as boas línguas - as que querem me desencalhar - que eu sou
uma mulher exigente. Afirmam benignamente que chove na minha horta e que eu faço pouco caso. Quem dera fosse! A verdade é que esta declaração bem intencionada não corresponde à realidade. Sendo assim, resolvi, de uma vez por todas, clarificar o caso.
Fato é que, num mundo onde as pessoas elaboram um chek-list interminável para a escolha de seus parceiros, da minha parte, tenho um só critério para me interessar por alguém: ele tem que saber assoviar e chupar cana.
Segundo amigos mais chegados e preocupados com o meu destino, o meu pedido é raro, quase exótico. Concordo. É uma solicitação realmente incomum, sendo este exatamente o meu ponto: incomum não é o mesmo que exigente. Sei que estou buscando uma pessoa distinta e que a probabilidade de eu cruzar com um homem que desenvolveu, ao longo de sua vida, esta notável capacidade, não é lá muito grande. Tenho esse risco em conta.
Pois bem, esclarecido este engano, gostaria de explicar uma outra hipótese que considero mais pertinente do que as anteriores. Talvez o x da minha solteirice não esteja nem na minha suposta exigência e nem no meu critério singular, mas sim, em mim mesma. Admito com franqueza que não tenho muito ou quase nada a oferecer a este companheiro promissor e habilidoso. Fora cozinhar de bom grado, a minha única contrapartida por ele generosamente compartilhar comigo a arte do assovio com a cana, será ensiná-lo a rodar a baiana. Sei que é pouco, diante de sua destreza, mas confio na alma humana e nos homens altruístas e de caráter nobre. Tenho fé que, um dia, um assoviador de boa índole, irá se identificar com o meu caso, mesmo sendo eu uma pessoa com qualidades restritas e dada a defeitos irreparáveis. Acredito até que ele ficará feliz em me conhecer, uma vez que irei honrar, com fervor, a sua dedicação voluntariosa ao seu genial talento, tantas vezes incompreendido pela sociedade.
Bem, é isso. Enquanto este encontro não ocorre, continuo sossegada por aqui. Espero ter elucidado o equívoco que me ronda e agradeço de coração a todos que continuam empenhando velas e rezas para que este milagre aconteça.
Fato é que, num mundo onde as pessoas elaboram um chek-list interminável para a escolha de seus parceiros, da minha parte, tenho um só critério para me interessar por alguém: ele tem que saber assoviar e chupar cana.
Segundo amigos mais chegados e preocupados com o meu destino, o meu pedido é raro, quase exótico. Concordo. É uma solicitação realmente incomum, sendo este exatamente o meu ponto: incomum não é o mesmo que exigente. Sei que estou buscando uma pessoa distinta e que a probabilidade de eu cruzar com um homem que desenvolveu, ao longo de sua vida, esta notável capacidade, não é lá muito grande. Tenho esse risco em conta.
Pois bem, esclarecido este engano, gostaria de explicar uma outra hipótese que considero mais pertinente do que as anteriores. Talvez o x da minha solteirice não esteja nem na minha suposta exigência e nem no meu critério singular, mas sim, em mim mesma. Admito com franqueza que não tenho muito ou quase nada a oferecer a este companheiro promissor e habilidoso. Fora cozinhar de bom grado, a minha única contrapartida por ele generosamente compartilhar comigo a arte do assovio com a cana, será ensiná-lo a rodar a baiana. Sei que é pouco, diante de sua destreza, mas confio na alma humana e nos homens altruístas e de caráter nobre. Tenho fé que, um dia, um assoviador de boa índole, irá se identificar com o meu caso, mesmo sendo eu uma pessoa com qualidades restritas e dada a defeitos irreparáveis. Acredito até que ele ficará feliz em me conhecer, uma vez que irei honrar, com fervor, a sua dedicação voluntariosa ao seu genial talento, tantas vezes incompreendido pela sociedade.
Bem, é isso. Enquanto este encontro não ocorre, continuo sossegada por aqui. Espero ter elucidado o equívoco que me ronda e agradeço de coração a todos que continuam empenhando velas e rezas para que este milagre aconteça.
2 comments:
rs.rs.rs... adorei! Tempos que não vinha aqui... Continua com o bom gosto de sempre e cada vez escrevendo melhor.
Seu texto me fez lembrar do Lobo da Estepe. Você está andando em uma estepe e o Homem Invisível mas real em outra. Quando ocorrer a escassez em uma delas, virá o encontro... lá vem... abraços, Pat!
Oi Beto, obrigada! Bom te ver por aqui de novo!
Adoro esse livro. Oxa-Lá vem!
Beijo!
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