Pablo Picasso. "Minotauro acariciando a una mujer dormida", 1933
As cortinas do palco se incendiaram e as implacáveis labaredas se espalharam até as cortinas atrás das cortinas, deixando o tablado indefeso e nu. Foi quando, de rompante, vi que lá estava ele, o minotauro. Fiquei pasma. Agora, nenhum plano prévio seria capaz de me salvar daquele lugar. Diante de mim, ele me olhava com a sua pergunta de esfinge. Pânico. Os meus pensamentos não davam conta da resposta. Estava por demais cansada dos tortuosos esquemas engendrados pelos enredos. Precisava do novelo de lã. Ou do beijo de Eros para sair do labirinto. Parei e suspirei.
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