Wednesday, March 16, 2011

Vontade

Eu tenho vontade de você. De você e de nenhum outro. Do seu corpo e de nenhum outro. Vontade, vontade, vontade. E se você quer saber, é por isso que eu não lhe ligo, porque tenho vontade demais. É por este mesmo motivo que também não atendo às suas chamadas, porque tenho uma vontade incontrolável. E o incontrolável é perigoso. Perigoso demais.

1 comment:

José Humberto Ribeiro said...

Às vezes é melhor só pensar...

Quando atender ao telefone já será tarde. Tudo bem que esteja aí se vingando nos braços de outro. Coisa mais doce e saudável que é um amor acabar. Você bem sabe que não lamento nada, mas estava ligando para tirar algumas dúvidas. Será que fiz isso ou aquilo mesmo? E você, realmente fez tudo aquilo? Às vezes ia dormir com a impressão que vinha de uma guerra, de uma necessidade de um vencer o outro. Sempre achei que era uma espécie de problema a ser resolvido. Realmente a metáfora do cabide e do cabideiro se aplica ao nosso caso, não existe cabide dependurado no ar e vice-versa. Essa é que é a real simbiose, uma total dependência emocional que indica a morte próxima. Morre-se minguando... Será verdade mesmo que a gente se acostuma inclusive com o que é ruim? São os mistérios que envolvem a memória e o controle do prazer. Disse acima que não lamentava nada, abro agora uma exceção: ver as músicas maculadas dessas lembranças. Música, desculpe-me por esse meu lado sinestésico. Pensando melhor, obrigado por não atender. Nunca sei o que dizer...