Vale do Capão, janeiro de 2013.
O meu
encontro com a cabocla Jurema foi tão impactante quanto o meu encontro com Deus.
Eu sou. Essa é a frase de Jurema, sendo essa, a mesma frase
de Deus. Com uma diferença: Jurema é mulher. E mesmo que Deus seja homem e mulher (hermafrodita), Jurema é o feminino puro. Note
que eu disse, puro, mas não me referindo à pureza, como a de Maria, mas sim ao autêntico. Jurema é
o “eu sou mulher”, sem a necessidade de qualquer tipo de adjetivo. É a energia do óvulo, que, sem nenhum esforço, tudo atrai.
Quando finalmente incorporei Jurema, tive certeza absoluta de que era ela. Não era Yemanjá, Iansã, Oxum. Todas essas são lindas, mas, entre muitas diferenças, existe uma fundamental: elas não são livres. Jurema se sabe livre, se sabe
índia, se sabe Terra. Podem até amarrar Jurema, mas ela jamais será catequizada. Nua ela permanece. Este é o seu conforto: não há nada a esconder.
É no encontro com Jurema que o intelecto se rende.
Compreendi isso. O intelecto não se entrega ao coração, mas ao útero. Ele cede
quando é surpreendido pelo poder receptivo, acolhedor e gestador do sagrado
feminino. O poder do colo quente que da início ao mundo.
Quisera eu perceber Jurema sempre presente em mim. Quisera o mundo poder sentir no corpo fluir a energia
de Jurema. E ninguém mais teria nenhuma dúvida sobre a força imóvel do óvulo.
1 comment:
Lindo amiga!
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