Potência minha, exploda em quentura fluída. Apodere-se do meu corpo e pulse em mim.
Saturday, April 30, 2011
Pulsa, pulsa, pulsa mais...
"Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz"
Pronto para o inesperado?
Fala aí: você é do tipo de pessoa que deixa a vida fluir ou que tolhe os acontecimentos através do controle?
Friday, April 29, 2011
Quando você foi embora, eu queria dizer: fique. Não, na verdade eu queria lhe dizer tanta coisa que nem cabia na minha boca. Não, na verdade eu só queria lhe beijar. Não, na verdade eu queria que você não parasse de me beijar nunca mais. Não, na verdade eu queria que aquele momento ficasse. Eternamente, congelasse. Não, na verdade eu queria tanta coisa, que nem sei o que eu queria mesmo. Não, na verdade eu sei o que eu queria. Sei sim. Eu queria você. De novo e mais uma vez, você.
Wednesday, April 27, 2011
Tuesday, April 26, 2011
Virginianos, uni-vos!
Ontem fui abduzida. Os extra-terrestres invadiram o meu sonho e me raptaram para uma verdadeira conspiração dos virginianos. Segundo eles, os escolhidos para organizar esta bagunça que está acabando com o Planeta Terra. E eu que nem sabia que os ETs acreditavam em astrologia. Adorei!
Thursday, April 21, 2011
Sagrado Masculino
Cruz Egípcia*
Recentemente, lendo sobre um sonho que Jung teve que o remeteu ao mito egípcio “O falo de Osíris”, acabei ficando curiosa quanto à lenda e fiz uma busca na net. Achei um texto do qual gostei bastante, por isso, colo abaixo. O autor descreve exatamente o que ando refletindo nos últimos tempos: além de resgatarmos o sagrado feminino, também precisamos resgatar o sagrado masculino. Na prática, eu não tenho a mínima idéia de como será este movimento a favor do masculino (espero sinceramente que os homens estejam pensando nisso), mas, quando acontecer, com certeza irá beneficiar muito as mulheres e o processo de cooperação e integração dos princípios opostos-complementares. Felizmente nós mulheres já estamos nos apropriando da beleza e da força do feminino real. Torço demais para que os homens também comecem a tirar o masculino dos escombros e sair deste lugar limitado a que foram lançados através do patriarcado e do discurso moralista do machismo. Sei que, hoje em dia, muitas mulheres contribuem para reforçar estes estereótipos, freqüentemente amaldiçoando o masculino. Na minha opinião, precisamos todos nos conscientizar, parar de procurar culpados e recuperar o que restou tanto do homem quanto da mulher diante do truculento jogo de poder e dominação.
“Quando Osíris é assassinado por seu irmão Seth seu corpo é desmembrado em 14 partes, segundo a versão mais aceita do mito. Ísis, esposa de Osíris, sai em busca das partes do esposo na intenção mágica de fazer com que Osíris ressuscite, só que apenas 13 partes são recuperadas, menos o falo, que fica perdido.
O falo de Osíris não recuperado por Ísis é um símbolo do que estava por vir: uma profecia.
O falo de Osíris é o símbolo do princípio masculino perdido. Assim não é só o resgate do feminino que precisa ser feito hoje em dia, o masculino, o homem verdadeiro precisa ser recuperado, pois está castrado, destituído de poder em si.
No mito egípcio, Ísis é capaz de conceber mesmo sem o falo de Osíris mostrando que o princípio feminino é capaz de gerar por si mesmo. A partenogênese prova isso.
Osíris foi desmembrado por Seth e reconstituído por Ísis e Néftis. O mito indica que o princípio feminino não só gera a vida, mas também é capaz de restabelecê-la e reorganizá-la.
Assim o mito revela seu caráter profético ao indicar a queda do masculino e ao mostrar como restabelecer o poder do masculino em nossa época: através do feminino.
(...)
As 13 partes de Osíris recuperadas nos indicam o arcano 13, a morte do Tarot. A 14ª parte indica, se recuperada, a possibilidade de uma transição para uma era de regeneração, 14 é o número do Tarot para a Temperança, que tem óbvias semelhanças com Aquário, signo da nova era, regido por Urano, regente no corpo humano das glândulas sexuais, onde está a força do espírito, a força feminina e regeneradora, a Energia Criadora, Shakti, Kundalini, Néftis, a Ísis velada e oculta em nosso corpo. No arcano 14 do Tarot vemos um anjo hermafrodita, símbolo da harmonia e da reconciliação do feminino e do masculino.” (por Fernando Augusto)
(*) "A alça oval que compõe o ankh sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam os princípios feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. Em outras interpretações, representa a união entre as divindades Osíris e Ísis, que proporcionava a cheia periódica do Nilo, fundamental para a sobrevivência da civilização. Neste caso, o ciclo previsível e inalterável das águas era atribuído ao conceito de reencarnação, uma das principais características da crença egípcia. A linha vertical que desce exatamente do centro do laço é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os opostos." (wikipedia)
Tuesday, April 19, 2011
Em busca do orgasmo perdido
"O orgasmo libertário de Wilhem Reich volta a ganhar força numa era de banalização do sexo." Matéria da Trip lá no blog Saúde Integrada, do Jó. Vale a pena tanto a matéria quanto o blog!
Monday, April 18, 2011
Derrotada
Acho que deve fazer parte do processo de morte-vida sentir-se derrotada. Sei lá. Mas hoje acordei e me senti assim: engolida por uma profunda derrota. Não sei bem direito, mas sentir-se derrotada é diferente de sentir-se fracassada. Já me senti fracassada. Hoje senti derrota. Começou a acontecer ontem. Escutando a Nina Simone cantando e falando no vídeo, desabei: ela tem toda razão quando diz que os sonhos nunca acontecem da forma que sonhamos. Eles acontecem, mas acontecem de outra forma. Podia ter sido com qualquer outra música, frase ou situação, mas foi com essa. Desmoronei. Eu sempre luto tanto para que as coisas ocorram da maneira que eu imagino e freqüentemente fico decepcionada porque as coisas saem diferentes. Abalada com esta óbvia ou talvez quase ridícula constatação, eu entreguei os pontos. Fui vencida pelo universo. Pois não importa o quanto eu esteja disposta a batalhar pelo que quero, Deus sempre vai escrever certo por linhas tortas. Foi isso. Hoje eu acordei e me senti absolutamente derrotada pelas linhas tortas.
É tudo verdade?
Eu respondi para ele: o meu blog sou eu e não sou eu, entende? Da mesma forma que quando eu vivo uma personagem no teatro, não sou eu, mas sou eu. No final, tudo sou eu sendo, mesmo quando o sendo não sou eu.
Reality Check
Eu pensei que eu lhe amava, mas eu nunca lhe amei. Amei o seu potencial, o que você poderia vir a ser e não quem você realmente é. Lamento.
Eu e Dona Caminhada
Por diversas vezes já tentei desistir da Dona Caminhada, mas ela, renitente que é, não larga de mim. Uma vez, perguntei: “Dona Caminhada, por que eu? E ela respondeu: “não tem porquê”. Por pura revolta, me rebelei: “ah, é? Então já adianto: nem conte mais comigo nessa. Afinal, eu mereço saber pra onde a Sra. quer me levar”. E ela, na sua costumeira calma, retrucou: “Quanto mais você ficar contestando, pior vai ser. Você sofre mais. Pare de choramingar e encare a sua sombra. Entre logo no inferno e siga a sua passada.” Assustada, questionei: “E quando eu sair, o que vai acontecer?” Ela riu: “você não perde essa mania! Primeiro entre, depois saia. Aí conversaremos de novo”.
Sunday, April 17, 2011
Sim
Contradições eternas
se apoderam vorazmente de mim
Afirmações e negações
despudoradamente passam a língua em mim
Vida e morte, vulcões e geleiras
sim, eu quero
lancem as suas sensações intensas em mim
Saturday, April 16, 2011
Solitário Anônimo
Um homem à espera da morte. No bolso, um bilhete anunciava ser de terras distantes. Não havia documentos ou posses. Seu desejo era morrer solitário e anônimo. Um impressionante documentário sobre a liberdade, a vida e a morte.
Metamorfose
Eu nem sei mais se existe um porquê. Tem o meu ser querendo ser. A minha respiração pedindo para respirar. O meu corpo exigindo pulsar. A minha voz aspirando cantar. Tem uma vontade louca de me deixar fluir, sem saber direito que volta o mundo vai dar. Bater asas e voar. Pisar no chão e enraizar. Ser rosa e abrir. E, se no final não der em nada, tudo bem. Estarei em paz. Escutei o meu coração e senti a minha alma.
O meu objetivo é não ter objetivo
A possibilidade de nos recriarmos pede a ausência de finalidade, pois o processo sem objetivo é a essência da metamorfose.
Entre superego e id, Flor.
Final da história: entre Teodoro e Vadinho (nu como sempre), Flor caminha feliz com os dois pelas ruas de Salvador.
Coragem de ser
Aos deuses eu peço: dêem-me a coragem de ser, mesmo diante das mais duras críticas e reprovações. Dêem-me a dignidade de viver conforme a minha essência para que no juízo final eu possa dizer: sim.
The long and winding road
Eu: já mudei tanto
Eles: sim, você é rápida. Mas ainda não é suficiente.
Eu: quanto falta, então?
Eles: a sua ilusão perdura, a sua fé oscila. Confie. É possível acelerar, mas não pular etapas.
Friday, April 15, 2011
Os acontecimentos são assim: acontecem para desacontecer e, desacontecendo, podem ou não acontecer de novo. E se tudo acontece e desacontece podendo ou não acontecer de novo, o que fica sou eu, acontecendo e desacontecendo no fluir dos acontecimentos e desacontecimentos que podem ou não acontecer de novo.
Fim de jogo
Um pouco irritada, ela respondeu o e-mail dele: isto é um equívoco total. Eu nunca pedi para você me salvar. Muito pelo contrário: eu sei que a única coisa que pode me levar à ressurreição é a morte. Eu juro que não sei de onde foi que você tirou essa idéia que você tinha que me socorrer. Na boa, você viajou nesse papel de enfermeiro e, agora que eu estou bem, fica fuçando distúrbios em mim para prolongar esta sua função imaginária. Que eu saiba, nós não estamos num hospital e um relacionamento não exige que ninguém tenha algum tipo de utilidade para ser amado. Pelo menos, eu não preciso que você seja útil na minha vida para eu gostar de você. Eu gosto de você por você ser você. Só. Agora, caso você tenha o sonho de salvar a vida de alguém, acho melhor você procurar outra pessoa. Eu não entro mais em jogos patológicos do tipo vítima-salvador. Nem como vítima e nem como salvadora. Bem, é isso.
Thursday, April 14, 2011
Wednesday, April 13, 2011
Inexplicavelmente feliz
Sem grandes acontecimentos, sem aplausos estrondosos, sem viagens mirabolantes, sem casos tórridos de amor, sem dinheiro de loteria. Sem ficções. Apenas com o que verdadeiramente me alimenta e me mantém conectada à alegria do aqui e agora: a minha essência. Fora do labirinto, enfim.
Monday, April 11, 2011
Madona Negra
No sonho, eu era a madona negra e, nos meus braços, o seu filho mamava. Você redimido e liberto, ao meu lado, tranquilamente repousava. Lá do alto, os mestres apareciam e anunciavam o resgate do sol através da reverência à pura energia lunar: o masculino sagrado havia finalmente reencarnado e nenhum homem mais precisaria lutar.
Madona Negra, Cláudio Canato
“A história da Madona Negra possui a qualidade dos mistérios profundos. Do que pode ser revelado pela escrita, temos o registro histórico que nos remete aos cultos da Mãe Terra, da Grande Mãe - a Deusa.
'A escuridão precede a luz e ela é me' (inscrição no altar da Catedral de Salerno). A primeira sabedoria era escura e feminina, útero eterno que na tradição religiosa Africana do Candomblé é representada pelo poder ancestral feminino Iyá-mi-Osorongá (minha mãe Osorongá). Este útero eterno, matéria informe, o ventre da terra, é simbolizado pelo igbá - a cabaça que é a totalidade, o conteúdo e o continente. Primordialmente um símbolo integrador, ela é capaz de aplicar seu poder na resolução de todos os opostos." Carminha Levy
Saturday, April 09, 2011
Friday, April 08, 2011
Ser
Existe o tempo de jogar fora todas as muletas e ser. O tempo de ficar parada, em silêncio, exposta. Sem máscaras, sem trilha sonora, sem luzes piscantes, sem gestos espetaculares, sem texto ensaiado. Completamente nua e desarmada. Olhos tranqüilos diante de qualquer olhar. Corpo íntegro, peito aberto, espírito inteiro, alma viva. Plenamente presente.
Frase do meu querido Mestre Pablo
“As pessoas se confundem muito. O real é invisível. Visível são as aparências.”
Thursday, April 07, 2011
Mr. Trotsky me surpreendeu!
Conversando com Mr. Trotsky, ele me disse: “você deveria estudar Stalin”. De repente, os meus olhos cintilaram com essa nova descoberta: “Claro! A minha sombra! Você já tinha sacado isso?” E ele me respondeu: “Sim. Eu cresci com o Stalinismo, lembra? Uma das frases favoritas do meu orientador na UFRJ era: burocracia é poder”. Contente com o conselho, pensei: esse Mr. Trotsky é mesmo brilhante!
Confrontar é preciso II
Continuo com as minhas reflexões sobre “os fortes precisam aprender a manejar o chicote para se proteger contra os fracos”. Ontem, motivada pelo meu encontro com o Mr. Trotsky (sim, ele próprio!), resolvi ler sobre a sua história com Stalin. Achei um texto na internet, que transcrevo aqui. Estou cada vez mais convencida de que é preciso saber usar o chicote para impedir a ação dos ditadores que inicialmente se disfarçam de camaradas.
O patético na tragédia: político e revolucionário, unanimemente, Trotsky era considerado o mais inteligente, o melhor orador, o soldado mais corajoso, o estrategista mais clarividente, o teórico mais elaborado e erudito. No entanto, lançando mão da perfídia e dos pequenos truques típicos da mentalidade policialesca de seminarista, Stalin chega ao poder, contornando o próprio testamento político de Lênin.
Mas a sombra do talento formidável do adversário corrói o ego teatrológico de Stalin. A síndrome persecutória advinha o pesadelo de uma rede trotskista que o envolve. Stalin mata em Trotsky sua parte idealizada, como em geral, castramos pela ação ou omissão, em algum objeto interior que nos inquieta.”
Jacob Pinheiro Goldberg, Psicologia da Agressividade.
Wednesday, April 06, 2011
Confrontar é preciso!
Que bela lição você acaba de me dar, meu querido Zorro, que o chicote é apenas um instrumento. Sendo assim, ele pode e deve ser usado para fazer justiça ao vil chicote que recai sobre as pessoas de bem. Que os homens de grande caráter tenham a sua coragem: a de pegar o chicote e confrontar os homens de caráter fraco que tentam escravizar a liberdade. Que tentam domar a verdadeira potência da vida através de seus protocolos, regras e discursos de rebanho sobre o “certo e o errado”. Como disse Nietzsche, “É preciso proteger os fortes contra os fracos”.
Tuesday, April 05, 2011
Homem
Sempre apareciam vários, porém, ela não dava a mínima. Queria ele. Na verdade, não ele propriamente, mas ele próprio. O seu cheiro impregnante, o seu beijo quente, a sua energia excessivamente masculina. Certamente errado ou erradamente certo, ela queria ele.
Pulsando
A morte pulsa em mim
A vida pulsa em mim
Fluindo inteira
Sem contradições
Tudo pulsa em mim
Na harmonia dos opostos
Eu pulso
O Tempo do Útero
Caminho de Santiago, 07/09.
O tempo do útero grudou em mim, um tempo em que nada precisa
ser feito, cumprido, fiscalizado. Um tempo que corre solto, frouxo, leve,
livre. Não se pode acelerar, nem
pedir que seja mais devagar. Porque o tempo do útero só corre no ritmo dele e
em nenhum outro mais. Nenhuma pressão externa pode alterá-lo. Nenhuma
tecnologia ultra-moderna, desespero com ou sem causa, conversa articulada ou fiada
pode influenciá-lo. É um tempo interno, imune aos gráficos de controle, às
metas de performance, aos prazos determinados. É um tempo que perdoa todos os
julgamentos, culpas, frustrações. É o tempo das frutas, das plantas, dos
insetos, da preguiça gostosa, do
andar arrastado, do carinho sem pressa, do cafuné. Do banho de mar quando o sol
se despede e a lua desponta. Da
aceitação, do acolhimento, da entrega. Foi este o tempo que se aconchegou em
mim, um tempo sem início, meio ou fim.
Morrer é preciso
Como é difícil deixar o velho partir para que o novo entre. O velho vício da dominação, da perfeição, da idealização, da manipulação, da ilusão. Quanto “ão”. Quanto desejo de poder e de controle! Quanta prepotência! Morte ao que me suga, ao que me consome, ao que me acorrenta. Ceifador, venha! Quebre as minhas pernas, arranque todas as minhas cascas, corte o meu passado que me condena. Mostre-me que eu não sou nada! Que eu não sou ninguém! Que eu sou um poço antigo que apenas acumulou lodo, lama e sujeira. Acene-me com a liberdade das cachoeiras. Com a alegria dos que transcenderam e podem voar.
Monday, April 04, 2011
Agora é por minha conta e risco
“Fomos educados e criados na base do poder. Usamos o poder quando não sabemos que o estamos usando, e falo até daquelas pessoas que querem fazer o bem. Isso pode acontecer na psicoterapia, com os terapeutas que querem fazer o bem e têm uma imagem do que seus clientes devem vir a ser. Acham que estão motivados pelo amor quando dizem aos seus clientes o que fazer. Mas isso é poder, não é amor. Não sabemos qual o destino da outra pessoa.” Marion Woodman
Eu queria ser uma lagarta, seria mais fácil.
Eu já sei que absolutamente ninguém vai poder fazer a minha transformação por mim, mas eu continuo insistindo em delegar essa responsabilidade. Meu Deus, será que um dia eu vou finalmente captar? Quantos golpes mais até eu aprender a única coisa que eu realmente preciso aprender: que depende unicamente de mim? Depende de eu parar de me esforçar, confiar e me entregar? Até as lagartas já aprenderam essa lição básica e eu continuo procurando alguém que irá me salvar. Acorda, Alice! Nenhum amigo, livro, guru, terapeuta, lugar, curso, astrólogo, Pai de Santo, pajé, ser extra-terrestre vai fazer isso por você. E se você vacilar, eles podem até destruir o casulo. Você está sozinha nessa. Encare isso! Você precisa fazer o que ninguém pode fazer por você: enxergar a sua verdade nua e crua. Ninguém vai poder viver no seu corpo e na sua alma. Ninguém pode sofrer ou sonhar por você.
"Você tem de seguir suas próprias imagens. É a única maneira de descobrir quem você é." Marion Woodman
Em terra de cegos
Essa é a praga que vivemos hoje. Acometidos de total cegueira, todos nós seguimos rastejando e pedindo: olhe para mim. Um cego pedindo a outro cego: olhe para mim. E na escuridão continuamos. Desamparados continuamos. Continuamos totalmente cegos. E alguns auto-intitulados visionários, também cegos, saem manipulando e cobrando: "eu vejo a luz. Olhe para mim. Reconheça que eu vejo".
Selvagem
Hoje eu vou me mudar para o fim do mundo ou para qualquer lugar ermo onde não viva ninguém. Um lugar onde ninguém me veja, me analise, me questione, me critique, me diga não. Um lugar onde ninguém me elogie, me idealize, me mande flores. Ninguém diga quem eu devo ser ou o que devo fazer. Que eu acorde quando eu queira, berre quando eu queira, coma quando eu queira. Que eu faça absolutamente nada, se assim eu quiser. Sem relógio, sem calendário, sem profecias sobre o apocalipse e sem as pragas dos que sentem inveja. Serei invisível, esquecida, amaldiçoada apenas por Deus. As minhas únicas testemunhas serão as estrelas, as rosas e os pássaros. A natureza que se confunde com a minha natureza. Amanhã eu posso até mudar de idéia, mas hoje eu me transporto, sem ticket de volta, para a Patilândia e as pessoas que se danem!
Palhaça! Você realmente merece um nariz de borracha.
Eu digo: eu quero sentir o sentir. Belo discurso. Quando a dor vem, eu mudo de idéia. Já não quero sentir mais. Porque quando sinto no meu corpo as pessoas gargalhando de mim, eu paro de respirar. Sou tomada por vergonha, raiva, aflição. Esses sentimentos não! Esses não! Não quero sentir. Paraliso, analiso, questiono. Reflito: como fugir? E, enquanto todos riem da minha cara, os pensamentos pipocam na minha cabeça. Pergunto: por que eu? Internamente um só comando: vocês que estão debochando de mim, parem de me afetar dessa forma! Eu me recuso a passar por essas sensações. Ouviram? Eu quero aplausos. Não foi esse sentimento que eu planejei. Não era isso que eu queria quando falei que queria sentir. Entenderam? Vocês são todos idiotas e eu não vou mais me expor desse jeito. Eu vou para outro lugar, outro momento, outro público. Lá onde deve existir o sentimento que eu fantasiei. Lá onde deve existir os momentos que eu idealizei. Lá. Com certeza lá. Porque aqui os sentimentos que acontecem não servem. Aqui eu não quero sentir. Só lá.
É.
"Você se dispõe a ser sugada por uma esponja, apagada, cancelada, tornada nada, afundada no esquecimento? Caso você não se disponha, você nunca realmente mudará.” D.H. Lawrence para Marion Woodman
Só isso que me importa: a metamorfose. Só isso. Senão nada nunca realmente mudará. "When you ain't got nothing, you got nothing to lose/ You're invisible now, you got no secrets to conceal. How does it feel/ To be on your own/ With no direction home/ Like a complete Unknown/Like a rolling stone?"
Sunday, April 03, 2011
On a magic carpet ride
"I'm like a shooting star
I've come so far
I can't go back to where I used to be"
Palhaça!
Foi assim, ele olhou para mim e perguntou: "você pode fazer um strip-tease?" Completamente surpresa, retruquei: com essa roupa de palhaça? Diante do aceno positivo, coloquei o nariz de borracha e, sem chão, me virei para o público. Enquanto eu tentava maliciosamente tirar a roupa estilo pateta, as pessoas gargalhavam do meu ser ridículo. Sem muita opção, eu me entreguei ao vexame e acabei rindo de mim mesma. Êta vida de clown!
Saturday, April 02, 2011
A praga do politicamente correto III
Estava eu no aeroporto quando o atendente chamou para entrar no avião as pessoas da “melhor idade”. Pensei: o politicamente correto vai nos idiotizar.
A praga do politicamente correto II
Há muito tempo atrás, um ex-chefe meu mudou o nome do departamento de Recursos Humanos para departamento de Seres Humanos. Como se diz na Bahia, você vai achar que é culhuda, mas aconteceu mesmo.
Alegria de Erê!
Foi no sábado passado que eu conheci a Rosinha, menina muito sapeca. Quando a vi pela primeira vez, estava sentada feliz numa cadeira grande e confortável que ficava lá em cima, no topo da escadaria. Linda e sorridente, parecia bastante apropriada de seu lugar, o que me fez subir os degraus e me aproximar. Ela não me deu muita bola. Entretia-se consigo mesma. Meio sem jeito, perguntei: “Rosinha, você quer brincar de quê?” Ela me encarou de forma doce e, sem se fazer de rogada, respondeu: “de menina”. Eu ri. Era mesmo quem eu suspeitava: a erê de Yemanjá.
“Alegria de Erê é ver a gente sambar” Carlinhos Brown
Friday, April 01, 2011
O tempo do útero
O tempo do útero bate em mim.
Lentamente pulsa.
Preguiça, preguiça, preguiça.
Imperceptível se move.
Tenuemente o tempo da Terra lateja em mim.
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